terça-feira, 9 de agosto de 2011




 
Mais com tanta certeza só poderia dizer uma coisa. Não há no mundo nada que não queira mais que o brilho dos olhos dele ao contemplar aquele velho riacho abandonado, a voz trêmula toda vez que tenta, porém em vão, explicar o seu sentimento. Sentimento esse que gostaria de saber qual era, mesmo não duvidando de que seja amor. Não há mais nada que eu não queira agora do que o som da risada dele depois de derrubar todos os retratos da estante, depois de pisar na poça d'água, do som do silêncio dele enquanto dorme, dos pensamentos embaralhados, dos suspiros de fim de tarde e de cada momento que passa como se fossem eternos, e assim que gostaria que fossem. Sem interrupções, sem desavenças. Pois não há nada que eu não queira mais do que esperar a vida acabar sentada na cadeira de balanço ao lado dele.


Natália Bap


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