terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Quando acaba a vida.

“Você quer me dar tua vida, tua força e teu coração. Mas querido, já não me importa. Eu não sei mais sentir, ou viver qualquer coisa por mais simples. Meu coração só bate para poder parar. E as alegrias já não sabem ser minhas. Os enfeites eu botei para fora, perderam o brilho, estragaram. Porque a casa tem de ser grande? Visitas não há mais. Nem mesmo de borboletas, pois as flores secaram. Ah e eu também sequei, já fui fonte de água vertente, hoje sou seca deserta. Para quê me servem os laços, se só sabem dar nós? As linhas tão extensas e a preguiça ruge aqui dentro. Quanta história deixará de ser contada. Quanta vida deixará de ser vivida… Se já não sei amar, para quê ter amor? Já fui gigante de sentimentos, de euforia. Já fui sol, de noite e dia. Fui ser dependente de ser, que hoje fui e não serei mais. Mas se queres mesmo saber, doí. Lateja na ferida. E só peço a todos que deixem e viva a vida, porque quando acaba… Ah! Aí já era.”
Natália Bap

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