terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Era amor, e ainda é.



“Era imenso. Imenso e devastador. Era amor. Pulsava, encharcava, lambuzava as almas de quem se permitia senti-lo. Era confuso, inteiro, maluco. Acertava em cheio os corações, formava laços, atava nós, juntava nós. Encaixava fragmentos, inventava, coloria, espelhava. Exaltava e giganteava os mais nobres sabores, invadia a vida e arrancava as dores. Se fazia doente para ser cuidado, morria por um beijo ser despertado. Era amor, destes que querem comprar, destes que não dá para negar. Era amor, e por ser, eternizava. Não adiantava querer ser de outro, se pertenciam e só. Mesmo que tornassem pó, o vento os carregaria e tornariam-se inteiros em qualquer outro canto. Estava ali, onde alojam-se amores, num pequeno pedaço de flor, que no peito bate imitando dor. Ah! É amor, e como é. Há quem negue, pois nunca soube sentir, nunca soube vivê-lo. E há quem o queira, quem o relembre, e deseje sentir outra vez. É pequeno, é grande, é lúcido, é amante. Afável, nos braços se aquece, baila e baila, mas não adormece. Nunca irá, muito menos morrer. Não é rancor, é amor. Meu bem, é nosso.  É imenso querido, só pode ser amor. Era amor, e ainda é.”

Natália Bap

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