terça-feira, 20 de dezembro de 2011

O valsante.

 ”Era tão bonita a forma como a buscava a beleza, lançava seus olhos profundos em cantos que jamais qualquer pessoa que não tivesse sua simplicidade e calmaria, pudesse enxergar. Embalava seus sonhos a cada passo da valsa, que bailava com seus dois pés esquerdos; e se fazia notório aos que soubessem enxergar de que o moço não sabia que em ti havia mais do que quisesse encontrar. As moças não lhe davam atenção, mas isso não lhe era importante, não agora, pois permanecia inerte em sua caçada. Fazia adormecer teu coração e de mansinho encontrava vestígio de si em cada tropeço da dança. E as feridas do velho e maldito amor, iam se curando, tornando-se cicatrizes em teu corpo, lar de poucas palavras e grandes desavenças emocionais. Alguns sentimentos adorariam tomá-lo, trazê-lo ao delírio, mas o moço estava distante, revirando cada pedaço em busca de algo que lhe aparentasse beleza e o fizesse sorrir. Seus devaneios eram sombrios, e desvenda-lo era suicídio. E novamente pensou em se arriar ao sono, antes que pausasse a dança.”

Natália Bap

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