terça-feira, 20 de dezembro de 2011

E se fará plural mais uma vez.



“Não há mais palavras ou grafias que nos ajudem neste momento. Enlaçar nossas mãos num toque suave de amor nos é impossível, sonhar neste abismo é suicídio, viver a margem da esperança é a única salvação para corações doentes em perigo. A dor oscila e nos embala, a saudade pulsa em nossas artérias e nossos pulsos decai em câmera lenta, a oração chega aos céus que nos preparam socorro, e nossas almas aflitas imploram ao tempo que não seja assim tão calmo e passivo. Os raios de sol não nos aquece, e nossos medos se desfalecem. Tudo nos abandona, e só saberemos escrever sobre dor, sofrimento e espera por salvação. Espero ansiosamente o encontro de nossos lábios, de nossos corpos num abraço calmo e enrolado aos nossos sonhos, bailados ao som de nossos corações, e nossos risos tornar-se-ão melodias que acordará a lua, que no alto do céu sorrirá junto a nós, e as flores derramarão perfumes por nossos caminhos, e juntos estaremos fortes novamente. Nossas veias receberão alegria e sentiremos o amor nos aquecer novamente como nas tardes de verão, e nossos sentimentos deleitarão ao som do mar. As janelas receberão luz e nos encharcará de vida ao toque suave da brisa que roçara nossos rostos nos amanhecendo lentamente. E de tudo se fará plural mais uma vez, mansamente nos tornaremos um só em dois corpos, como em romances. Fico a imaginar este dia, sonhando acordada como quem espera pelo sol após a chuva, como quem espera aquecer a mão na luva. Sei que minhas lutas não serão vãs, nossos esforços nos darão o fim esperado, e o tempo passará e em um piscar de olhos, mesmo que demorado, estaremos de volta um ao outro, e será lindo. Não partiremos mais. Permaneceremos assim, só eu e você ao nós.”

Natália Bap

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